terça-feira, 25 de setembro de 2007

Ensaio sobre a cegueira


Meirelles conta sobre as oficinas de atores de "Blindness"
Por: Igor Vieira

Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”) escreveu no blog Diário de Blindness, onde compartilha relatos sobre a produção de seu mais novo trabalho “Blindness – Ensaio Sobre a Cegueira”, como foram as oficinas de preparação de atores e figurantes. O diretor confessou que teve receio de trabalhar com figurantes que deveriam interpretar, todos sem exceção, cegos. “Cada vez que imaginava uma cidade ocupada só por cegos a imagem que me vinha era a de uma população caminhando pelas ruas com os braços estendidos como num filme B, ou Z, de Zumbi”, escreveu.
Sua “primeira providência foi chamar o Chris Duvenport, preparador de atores”. Duvenport reuniu atores em São Paulo e começou a trabalhar com eles de olhos vendados. Em uma sala, eles exploravam o ambiente durante horas. Após esse primeiro passo, eles foram levados para continuar a experiência ao ar livre. Em maio, foi a vez da equipe de produção, incluindo Meirelles, participar de uma oficina semelhante.

Aprendi muito sobre som nas horas em que fiquei cego e decidi que vamos ser muito experimentais em nossa mixagem. Percebi também como a percepção do espaço é fragmentada e precária quando se usa apenas as mãos para entendê-lo, então decidi simplesmente abolir a geografia neste filme (...) Rodamos cada cena como nos dava na telha, sem nos preocupar se o ator deveria sair pela direita ou pela esquerda, na esperança de dar ao espectador um pouco da desorientação que a experiência da oficina me trouxe”, comentou.

Quando chegaram ao Canadá, o trabalho foi refeito com o elenco principal. Como primeira tarefa, foi proposto aos atores que eles caminhassem do escritório ao local onde o resto do trabalho se daria. Guiando-se apenas por um sino que tocava indicando a direção que deveriam seguir, eles foram um a um percorrendo o caminho. Meirelles chama a atenção para Mark Ruffalo que, devido a um problema de audição, demorou a tomar o rumo correto. “Daí as coisas melhoraram um pouco, ele achou um ombro amigo e não desgrudou mais. Ao ver a imagem, lembrei do quadro ‘A Parábola dos Cegos’, de Brueguel, e resolvi recriar a mesma imagem em Montevideo”, contou o diretor.
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Porque achei a foto linda, gosto dos atores e estou curiosa sobre o filme... Aguardando até 2008. (Post diretamente do trabalho)

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