segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Politicamente correto


Adoro quadrinhos desde antes de saber ler, quando ganhei a minha primeira assinatura de gibis, na época era da Disney.
No ano seguinte foi vez da Turma da Mônica, onde veio o primeiro gibi que li na minha vida. Era Mônica nº 20 com a primeira história sobre ventos, a capa Mônica ganhando um presente do Cebolinha e uma propaganda de sukita na revista. Demorei dois dias e meio para ler tudo. Foi inesquecível.
No mês passado passei pela banca, não resisti e acabei levando para casa dois ou três gibis. Não foi uma leitura como as de antigamente. Os gibis estão mais politicamente corretos e mais chatos.
Fui da geração onde Cebolinha xingava Mônica a exaustão e ele sempre apanhava. A mesma geração que cansou de brincar de roda com a cantiga atirei um pau no gato (hoje com uma nova versão, a politicamente correta), e mesmo assim, no meu círculo de amizades infantis, temos só um alcoolatra e um estuprador. De resto somos estudantes, trabalhadores, pesquisadores, funcionários públicos e algumas mães, todos com caráter no mínimo confiável.
Metade desse pessoal passou parte da sua adolescência jogando games de luta (Mortal Kombat era uma fita disputada), rpg de vampiros ou lobisomens, lendo sobre magia ou o livro dos mortos. Nem por isso nenhum deles surtou e atirou em cinemas ou matou uma mulher num cemitério.
Fico pensando aonde esses jogos, músicas, leituras influenciam no caráter da pessoa ao ponto de servir como desculpa para uma alguma ação de má índole, ou o quanto isso tudo influencia na criação de uma pessoa da minha faixa etária. Uma família desestruturada influecia mais do que qualquer dos ítens acima... sem dúvida.
Acredito que o equilíbrio entre o politicamente correto e real ainda está longe e que existe ainda muita hipocrisia com os pequenos.

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