segunda-feira, 10 de março de 2008

Até onde vai o preconceito

Os pais de uma menina de dois anos que tem síndrome de Down querem submeter a filha a uma cirurgia plástica para ajudar a criança a "sentir-se mais aceita pela sociedade" e "aumentar sua auto-estima", diz uma reportagem publicada na edição desta segunda-feira do jornal britânico Daily Mail.
"Não é certo que a Ophelia e outras crianças como ela sejam julgadas pela aparência - especialmente se, ao tentarem conseguir um trabalho que poderiam fazer, elas forem rejeitadas. É uma questão de auto-estima: se você não está feliz consigo mesmo, por que não mudar alguma coisa? Tudo o que queremos é que Ophelia seja feliz", disse o pai ao jornal.
Este não é o primeiro caso sobre cirurgia plástica em crianças com síndrome de Down a chamar a atenção da imprensa britânica. Em 1998, a história da menina Georgia Bussey, que aos cinco anos já havia sofrido três cirurgias plásticas, gerou polêmica depois da exibição de um documentário na televisão britânica.
Os pais de Georgia, Kim e David Gallagher, também afirmaram que "só queriam o bem para a filha" ao decidir submeter a criança às cirurgias.
E o questionamento da Ass. de Síndrome de Down do Reino Unido está com toda a razão em questionar o fato. Penso que todos podem e (até devem), mudar aquilo que incomoda mas o que estão fazendo é mascarar os portadores. Para mim trata-se de um preconceito dos próprios pais. Eles querem sim o melhor para os filhos mas, por medo da aceitação dos portadores pela sociedade, estão submetendo crianças à cirurgias para esconder a deficiência.
[Tenho saudades de estudar biologia]

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